Redenção

novela naturista de Amílcar de Sousa

Sousa, Amílcar de
Reis, José Eduardo (ed.)

Amílcar (Augusto Queirós) de Sousa (1876-1940) formou-se em medicina pela Universidade de Coimbra, em 1905. Após várias viagens pela Europa e pelos Estados Unidos da América para se inteirar de modelos terapêuticos alternativos ao convencional e estudar formas de tratamento das patologias associadas à dieta comum alimentar, Amílcar de Sousa regressa a Portugal para se consagrar à difusão do vegetarianismo e à prática do naturismo. Funda, no Porto, em 1911, a Sociedade Vegetariana de Portugal, de que se torna o seu primeiro presidente, e dirige o órgão de divulgação da filosofia de vida naturista e do regime alimentar que pratica O Vegetariano. Auto-retratando-se como «um revolucionário de costumes», Amílcar de Sousa é autor de obras de cunho doutrinário, O Naturismo (1912), A Arte de Viver (1934), concebidas segundo as marcas do discurso crítico e apologético do pensamento utópico. Redenção, uma novela naturista (1923) é uma ilustração ficcional do ideário de Amílcar de Sousa enunciada segundoos protocolos do género literário da utopia.
Aí se aflora a temática, recalcada mas não ausente da tradição intelectual do Ocidente, de um
vegetarianismo moral inspirado na consciência ética do sentido universal da vida, nela incluída a dos animais e do seu direito a não serem sacrificados por dominantes configurações culturais e razões alimentares humanas