Editorial: Afrontamento
Colección: Estudos de literatura comparada ; 9
Número de páginas: 247 págs. 23.5 x 16.5 cm
Fecha de edición: 06-10-2014
EAN: 9789723613711
ISBN: 978-972-36-1371-1
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Repto, Rapto. É nesta exacta medida que a poesia portuguesa contemporânea é agónica: ela constrói-se como dicção crítica, ela interroga e questiona as representações do senso comum, ela faz- -se pela mão de autores implicados que convocam leitores implicados, ela é transgenérica porque rejeita as diferenciações impostas e prefere associar a intensidade lírica à extensão narrativa, ela propõe mundos e formas de vida alternativos face à hegemonia económico-financeira, ela adopta uma atitude de representação funcional naturalista e de fantasia concretizante. [...] Em suma, a melhor poesia portuguesa contemporânea é de facto, como deseja Jean-Claude Pinson, uma poética, na justa medida em que, graças ao seu pendor hiper-denotativo, ela é profundamente humanista, ao cultivar uma aguda consciência cívica da novidade do horror ou do seu retorno, e assim assegurando o sentido de escândalo que, como sugeriu George Steiner, nos deve levar a ter sempre em mente as palavras de Emily Dickinson: é preciso «preservar uma alma terrivelmente espantada».