Cerqueira, Fábio Vergara
(ed.)
Gonçalves, Ana Teresa Marques
(ed.)
Medeiros, Edalaura Berny
(ed.)
Brandão, José Luís Lopes
(ed.)
Editorial: Universidade de Coimbra
Colección: Classica digitalia
Número de páginas: 286 págs.
Fecha de edición: 01-01-2013
EAN: 9789892606231
ISBN: 978-989-26-0623-1
Precio (sin IVA): 20,13 €
Precio (IVA incluído): 20,94 €
Que investigadores da Península Ibérica estudem a História de Roma poderá não constituir admiração, porque os Romanos estiveram lá, há vestígios das suas cidades, subsistem inscrições a dar conta de nomes de pessoas e de divindades... Poderia, porém, estranhar-se que a América Latina assistisse, cada vez mais, a redobrado interesse pelo que aconteceu nessas remotas eras. Não é de admirar! A identidade de cada um dos países postula o reencontro das suas raízes - e essas estão, não há dúvida, nas margens mediterrânicas.
Temos, pois, ementa bem recheada e variada, opiparamente servida por mais de uma trintena de investigadores, provenientes de universidades do Brasil, da Argentina, de Portugal, do México, Uruguai, Chile, Espanha. Fecunda e diversificada panorâmica esta, em que a arrumação temática vivifica o já de per si variegado cromatismo do mosaico.
Toda a documentação da mais variada índole é, pois, chamada a intervir para traçar uma perspectiva abrangente tanto no espaço como no tempo, pois que por aqui perpassa toda a Antiguidade Clássica (Grécia e Roma) desde o Oriente ao Ocidente, desde uma Corinto arcaica ao papel desempenhado pelos Vândalos na «transição entre a Antiguidade e o feudalismo»...
As manifestações artísticas, mesmo que em singelos artefactos cerâmicos, revelam perspicaz olhar sobre a realidade circundante. Uma das características, a meu ver, da investigação sobre História Antiga na América Latina reside no recurso às fontes literárias, cuja análise entusiasma, dado que aí, inclusive, se «experimentam» aplicações de teorias sobre a História e a Sociedade. Aliás, não surpreende a influência do quotidiano (agora, global): identidade e confronto, o local versus o global, o pragmatismo do concreto contra a aparente inutilidade da abstracção... E essa misteriosa simbiose entre os poderes político, económico, militar e religioso? Sentimo-la intensamente nos nossos dias, mais ou menos evidente aqui e além.