Editorial: Opera Omnia
Colección: Margens da palavra
Número de páginas: 502 págs. 22.0 cm
Fecha de edición: 30-11-2011
EAN: 9789898309334
ISBN: 978-989-8309-33-4
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No romance Sinais de Fogo, Jorge de Sena desenha uma personagem central – Jorge – marcada por perplexidades existenciais que, em muitos aspetos, são partilhadas pela figura autoral discernível na restante obra do escritor. Uma dessas perplexidades consiste no surgimento da poesia, através de palavras abruptas, aparentemente sem sentido. Lentamente, e com inexorável persistência, essas palavras vão ganhando forma versificada: “Sinais de fogo, os homens se despedem,/exaustos e tranquilos, destas cinzas frias,/lançando ao mar os barcos de outra vida”.
Os sinais de fogo e os sinais de cinza consubstanciam uma mesma unidade ontológica e estética. O fogo da vida e da inspiração prometeica justifica a sua ardência através dos iminentes sinais de cinza. Nascendo do fogo criador, a literatura também é cinza: testemunho vital de uma combustão.
A leitura é, assim, um ato de cíclico renovamento; insufla nas cinzas a mínima faúlha que, com alguma sorte, ajudará a “ver claro”, como pretende Eugénio de Andrade.