Editorial: Tinta da China
Colección: Poesia
Número de páginas: 96 págs. 20.0 x 14.5 cm
Fecha de edición: 21-08-2025
EAN: 9789896719692
ISBN: 978-989-671-969-2
Precio (sin IVA): 19,37 €
Precio (IVA incluído): 20,14 €
Há três terrenos em Terreno: o «externo», o «terno» e o «interno». Ou seja, «terreno» é aqui um substantivo equivalente a «espaço», material ou imaterial, sendo também um adjectivo (o livro de estreia do autor, Exposição, permitia igualmente dois sentidos sobreponíveis: o museu e o mostrar). O rigor formal mantém?se: Duarte Scott trabalha com técnicas e formas sofisticadas, a cesura, a vilanela, o poema em colunas paralelas, os versos de uma única palavra, as mais engenhosas aliterações e as mais maliciosas translineações. O corpo está no centro de tudo, um corpo «baconiano» (músculos, tendões, hematomas), mas como se as figuras fossem pequenas divindades da Antiguidade. Uma antiguidade vivida hoje, com catacumbas, bandeiras de seis cores, aplicações no telemóvel. E o insistente sarcasmo advém da conjugação, e da denúncia, de elementos jurídicos («éditos», «legítima defesa», «non habeas corpus») e académicos (aquele ambíguo «satisfaz bem»). Talvez o britânico Thom Gunn seja um dos antecessores destes poemas, com o seu formalismo e o seu homoerotismo voraz e inquieto: «Quando o conforto no mundo não era no mundo (…), / e a beleza era um predicado claro | das coisas que apenas se davam, / e as palavras, sentinelas (…) que a um olhar descruzavam as lanças».