Varela, Raquel
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Editorial: Edições Colibri
Número de páginas: 262 págs. 23.0 x 16.0 cm
Fecha de edición: 24-02-2017
EAN: 9789896896393
ISBN: 978-989-689-639-3
Precio (sin IVA): 17,25 €
Precio (IVA incluído): 17,94 €
Este é um livro coletivo que tem por objetivo homenagear António Monteiro Cardoso e Dalila Cabrita Mateus, investigadores do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa falecidos em 2016 e 2014, respetivamente. Que melhor forma de fazê-lo que prosseguindo aquilo a que ambos dedicaram boa parte das suas vidas: exercendo o trabalho de historiadores? Neste volume estão reunidos textos de António Simões do Paço, Camilo Domingues, Eduardo Petersen, Fernando Rosas, Jorge Fontes, Marcelo Badaró Mattos, Maria Augusta Tavares, Michael Roberts, Miguel Pérez, Raquel Varela, Felipe Abranches Demier e Luísa Barbosa Pereira e ainda um convidado especial: Karl Marx, com um teto de surpreendente atualidade.
Este volume é completado por um famoso texto de Karl Marx, do livro I de O Capital, sobre "A chamada acumulação primitiva", uma acumulação "que não é", nas palavras de Marx, "resultado do modo de produção capitalista, mas seu ponto de partida". "Essa acumulação primitiva", escreveu Marx, "desempenha na economia política um papel análogo ao pecado original na teologia. Adão mordeu a maçã e deste modo o pecado desceu sobre o género humano. Explica-se a sua origem contando-a como episódio ocorrido no passado. Em tempos muito remotos, havia, por um lado, uma elite laboriosa, inteligente e sobretudo parcimoniosa, e, por outro lado, uma ralé preguiçosa que dissipava tudo o que tinha e mais que houvesse." Assim se explicava, e explica, "que os primeiros acumularam riquezas e os últimos, finalmente, nada tinham para vender a não ser a sua própria pele". Ora Marx, aqui no papel de historiador, trata de demonstrar como "na história real", "a conquista, a subjugação, o assassínio para roubar, em suma, a violência, desempenham o principal papel", não a preguiça ou a diligência de uns e outros.
O texto em português que aqui incluímos é fixado por António Simões do Paço a partir de duas traduções em português já existentes, a da edição brasileira da Abril Cultural (São Paulo, 1984) e a de José Barata-Moura e Álvaro Pina para a Editorial Avante! e a tradução inglesa de Samuel Moore e Edward Aveling, editada por Friedrich Engels. Não nos ocorre melhor forma de homenagear o António Monteiro Cardoso e a Dalila Cabrita Mateus que prosseguindo aquilo a que eles dedicaram boa parte das suas vidas: exercendo o trabalho de historiadores, que com eles tivemos o privilégio de partilhar.
[Os coordenadores: António Simões do Paço, Maria Augusta Tavares, Raquel Varela, Diogo Cancela]