Editorial: Edições Colibri
Número de páginas: 228 págs. 22.9 x 15.9 cm
Fecha de edición: 26-12-2013
EAN: 9789896893781
ISBN: 978-989-689-378-1
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Precio (IVA incluído): 17,94 €
Este ensaio questiona algumas das estruturas reconhecidas como definidoras da sociedade arabófona do ocidente saariano; sendo destacados os elementos que complexificam a longa inscrição histórica desta população, questionando outros que, mais recentemente, tendem a simplificá‐la. Este contexto é introduzido através de um documento português de meados do século XVI, que a partir da feitoria de Arguim serve a imediata incorporação de uma visão europeia sobre o Saara, ilustrando também a profundidade dos laços desde então estabelecidos com as diferentes populações da região. Será igualmente apresentada uma compilação de tradições orais que actualmente descrevem os iniciais encontros euro‐saarianos, assim como o seu relevo nos mecanismos de filiação tribal e estutária que, até hoje, definem a região.
Índice:
- Agradecimentos 9
- Introdução 11
- 1. Uma história social do Ocidente saariano (Arguim1549) - 27
- A costa saariana em 1549: uma visão portuguesa desde Arguim - 29
- Cristovão Valle de Rosales e o “senhor dos narziguas” - 33
- Quem são os “Narziguas”? - 39
- Quem são os “Ludea”? - 41
- Narziguas e Ludea, elementos fundacionais da sociedade
sudoeste saariana - 43
- Valentim Fernandes e os “Ziguis” adrarianos - 45
- A arabidade segundo os Aūlād Rizg - 50
- “Herdeiros dos bravos guerreiros Nīarzig” - 57
- Como se tribalizam os Taghrijant (e os Narziguas) - 67
- As tribos têm vizinhos: como se arabizam os Nīarzig - 75
- Uma versão emiral “árabe” - 81
- Reivindicações atlânticas - 85
- Quem são os Aūlād ‘Abd al-Uahad? - 87
- Possibilidades narrativas no Sudoeste da Mauritânia, a partilha
da filiação - 90
2. A definição contemporânea do encontro euro-saariano - 93
- Os Ahl Būhubbaīni, uma história atlântica - 95
- Do século XI ao século XX - 98
- O conhecimento de Arguim (quinhentos anos depois) - 105
- Idau al-Hājj de Trarza: o comércio Atlântico como referente
estatutário - 114
- Uma rede comercial (e identitária) global - 123
- Os Idau al-Hājj e Paul Marty: a (curta) história de uma velha qabīla - 127
- Os Aūlād Bāba Ahmad: “uma qabīla de portas abertas” - 130
- Bāba Ahmad e a reconfiguração política dos zuāīâ do Sudoeste
da Mauritânia - 142
- No labirinto naçrāni: os BuTo e as representações adrarianas da “naçraniedade” - 149
- Os Aūlād Būkhurs e o fim da complexidade filiatória - 158
3. Hemeila,aqabīlaeosseusnaçāra - 165
- Políticas genealógicas na descendência de Najib ūld Xams al-Dīn - 167
- Maham ūld al-Amīn, “um homem sem qualidades” - 169
- ’Aguiga meen Barmi, “ia naçrānīa” - 173
- A geografia de um nome - 175
- Quem é Hemeila? - 178
- Os casamentos de Hemeila, “regra” e desconformidade - 181
- Os limites tribais do “casamento político” - 186
- Um cemitério na Guibla - 191
- O estatuto de tradutor / a genealogia do antropólogo - 194
- Hemeila reencontrada pelos Aūlād Sid al-Vālli - 198
Conclusão - 199
- O encontro euro-saariano e os diferentes mecanismos de reconfiguração tribal - 201