Editorial: Urutau GDY
Número de páginas: 64 págs. 16.5 x 13.0 cm
Fecha de edición: 01-01-2024
EAN: 9786559006717
ISBN: 978-65-5900-671-7
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Por aqui começa então a poesia de João Vilhena, esta é a ponta do icebergue que se esteve formando há tantos anos, em tantas cristalizações subterrâneas e invisíveis. E, se não é tarefa fácil para mim a de segurar esta garrafa de champanhe gelada com que o quero brindar, é precisa muita coragem para lançar esse barco num mar cheio de portentos e potenciais titanics.
Quem é então este poeta, ou seja, o que nos diz esta poesia? Há, na poesia de João Vilhena, uma oscilação clássica entre duas pulsões: se por um lado o autor é capaz de dotar muitos dos seus poemas de um lirismo bastante erotizante (eros), por outro lado há uma constante observação da morte (thanatos) no decurso da sua escrita: “Os mortos quero crer são plantas/em movimento no pátio com o sol/mas quem afinal se move é a terra/o sol vai ficando atrás de nós/mudam as mãos as plantas no pátio de lugar/e surgem flores: a vida toda/condensada em horas/mas que morte será a das plantas/ainda vivas quando se for a mão/que em busca do sol as move?”.